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Práticas de reuso de água

reuso de água

Cerca de 70% do nosso planeta é constituído por água, porém somente 0,5% representa água doce possível de ser explorada. Se considerarmos a poluição e a dificuldade de acesso para algumas dessas fontes, sobra somente 0,003% de água para o nosso consumo (Braga et al., 2005). Uma analogia a este valor pode ser feita da seguinte forma: se toda a água existente no mundo fosse equivalente a 100 litros, a quantidade disponível seria de 0,003 litros, o equivalente a meia colher de chá (Braga et al., 2005).

A escassez cada vez maior em relação à disponibilidade de água com qualidade para consumo tem incentivado a implantação de projetos de reuso de efluentes. O mesmo pode ocorrer com ou sem tratamento prévio, dependendo de qual situação se dará o consumo e do quanto está poluído (nível de carga poluidora).

Os reusos mais comuns são os usos urbanos, industriais e agrícolas. Para uso urbano, o esgoto previamente tratado pode ser reutilizado para: irrigação de áreas como parques, jardins, centros esportivos, entre outros; utilização em áreas decorativas como chafarizes e espelhos d´água; reservas para uso em caso de incêndio; descarga sanitária e lavagem de ônibus e automóveis.

Para uso industrial, podemos citar: reutilização em torres de resfriamento; caldeiras; preparação e cura de concreto e lavagem de pisos e peças. Há ainda outros usos que podem ser inseridos numa etapa mais avançada do projeto de reuso que demandam um alto investimento para a implantação de tratamento avançado, como na utilização de água para produção de vapor; lavagem de gases de chaminé e processos industriais específicos, como na indústria de papel e papelão, têxtil, materiais plásticos e produtos químicos, petroquímicos e curtumes.

O reuso em atividades agrícolas deve ser realizado com alto controle e monitoramento para evitar um efeito reverso, como por exemplo a poluição de lençóis freáticos e aquíferos por meio de nitratos. Isso ocorre quando a camada do solo é insaturada e altamente porosa não permitindo que o solo sirva como filtro para a água como ocorre com o solo argiloso por exemplo, além da baixa taxa de assimilação pelas plantas. Do contrário, se houver monitoramento e controle, a probabilidade de poluição é muito pequena. Em áreas que recebem esgoto doméstico por um longo período, pode haver a proliferação de vetores transmissores de doenças. Para isso, deve ser empregada técnicas de controle.

O alto custo de investimento inicial para reuso de água que pode ser recuperado ao longo do tempo por diminuir o custo com sua captação e lançamento de esgoto ou pela cobrança do lançamento em corpos hídricos, como já vem ocorrendo em algumas bacias hidrográficas. Do outro lado, os benefícios para o meio ambiente são inúmeros: evita o lançamento de esgoto diretamente nos rios, permite a conservação de solo ao devolver seus nutrientes e aumentar a resistência à erosão, aumenta a produtividade agrícola e preserva as nascentes ao diminuir a demanda de água potável.

(30 de Abril de 2015).

Jéssica de Miranda Paulo é Engenheira Ambiental e especialista em Planejamento e Gestão de Negócios.

Jéssica de Miranda Paulo
Jéssica é Engenheira Ambiental e Diretora Comercial da Sinergia Engenharia. Ela possui graduação em Engenharia Ambiental pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em 2010, pós-graduação em Planejamento e Gestão de Negócios pela FAE Centro Universitário em 2013 e mestrado em Meio Ambiente Urbano e Industrial da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com o Senai e a Universidade de Stuttgart (2017). Em 2016, participou como bolsista DAAD - Deutscher Akademischer Austauschdienst do Curso de Extensão Internacional de Meio Ambiente na Universidade de Stuttgart (Alemanha). Autora do livro “Termo de Referência para Estudos de Impacto de Vizinhança em Municípios Paranaenses”, publicado em 2018.
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