nov
Causas das diferenças de concentrações de poluentes atmosféricos entre os hemisférios

“Hemisfério norte tem concentração recorde de CO2 para o mês de abril”, esta foi uma das matérias divulgadas pelo G1 em 26 de maio de 2014. Essas e outras reportagens são divulgadas quase que diariamente sobre as concentrações de poluentes atmosféricos.
E neste contexto uma pegunta acaba rondando algumas pessoas: se vivemos em um único planeta, porque a concentração de certos poluentes é superior no hemisfério norte que no sul?
Ocorre que existe a Zona de Convergência Intertropical, uma região da atmosfera em torno do equador que funciona como barreira e dessa forma dificulta a passagem de muitos gases, principalmente aqueles com baixo período de vida e baixo tempo de homogeneização.
O período de vida refere-se ao tempo de vida que um determinado gás tem. O monóxido de carbono (CO) por exemplo, tem 65 dias de vida. Já o metano (CH4) possui 4 anos de vida. Ou seja, o metano tem muito mais chance de passar a barreira do que o monóxido de carbono.
No caso de tempo de homogeneização, o termo refere-se ao tempo que o gás demora para misturar-se com outros formando novos gases. O metano, por exemplo, consegue homogeneizar-se entre os hemisférios pois o seu tempo para esta reação é de aproximadamente 2 a 8 anos. Já o monóxido de carbono tem um tempo de homogeneização de 1 a 2 meses e com isso torna-se difícil a homogeneização entre os hemisférios.
Por fim, a justificativa de as concentrações serem maiores no hemisfério norte é porque se trata de uma região com diversos países desenvolvidos e quanto mais desenvolvimento, maior consumo, mais necessidade de energia e, consequentemente, mais poluentes são emitidos.
(27/11/2015)
Jéssica de Miranda Paulo é Engenheira Ambiental, especialista em Planejamento e Gestão de Negócios e mestranda do Programa Internacional de Mestrado Profissional em Meio Ambiente Urbano e Industrial