“Voltou a chover, em Curitiba(…). Várias ruas ficaram inundadas na capital paranaense.” Esse é um assunto que está cada vez mais comum nos noticiários.

As enchentes, inundações, alagamentos não são resultados do aumento das chuvas, mas, principalmente, do aumento da velocidade das águas de escoamento superficial, causado pela impermeabilização do solo. Portanto a urbanização acelerada sem planejamento é uma das principais causas desses eventos adversos.

Outro fator que agrava as inundações nos centros urbanos é o entupimento dos bueiros, causado pelos resíduos jogados nas ruas por parte da população e que acabam prejudicando o sistema de drenagem.

Como reduzir o volume de chuvas não é possível, pensando nesses acontecimentos cada vez mais frequentes, a Universidade de São Paulo – USP desenvolveu uma alternativa, não uma solução, para as enchente e alagamentos, o asfalto absorvente.

Segundo o professor e coordenador da pesquisa José Rodolfo Scarati Martins, “os pavimentos funcionam como se fossem areia da praia e permitem que as águas cheguem aos rios e córregos com a metade da velocidade”.

Uma fabricante inglesa de materiais de construção desenvolveu um material semelhante chamado Topmix Permeable, capaz de absorver, em média, 600 litros de água por minuto por metro quadrado.

O grande problema desses materiais é o alto custo de aplicação, porém quanto é gasto por ano quando ocorrem enchentes e desastres naturais?  Outro fator é que este material não é resistente à alto fluxo de veículos pesados, sendo, portanto, ideal para áreas residenciais e estacionamentos.

Não há meios para escapar dos alagamentos, mas algumas mudanças na estrutura das cidades podem minimizar o efeito das chuvas intensas sempre buscando ações como evitar a canalização dos cursos d’água e aumentar a fiscalização dos órgãos responsáveis no uso e ocupação do solo.

(15/01/2016)

Maíra Caires Aquino é Engenheira Ambiental e Especialista em Construções Sustentáveis.