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COP-27: o que esperar?
Entre os dias 6 e 18 de novembro de 2022, ocorreu a 27ª Conferência Partes sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP-27), em Sharm El-Sheikh, no Egito. A Conferência das Partes é um evento que acontece anualmente, reunindo líderes mundiais, especialistas científicos, membros da sociedade civil e representantes da ONU, para discutirem sobre as mudanças climáticas e as possíveis soluções para a adaptação e mitigação dos seus efeitos e para propor metas de redução das emissões de gases de efeito estufa.
Durante a COP-26, realizada no ano passado, o principal avanço das discussões foi em relação às normas para a regulamentação do mercado de carbono, previstas no Acordo de Paris. Esse ano, é esperado que sejam estabelecidos mais critérios para esse mercado, principalmente em relação aos projetos que serão aceitos para gerar créditos de carbono e a participação do setor privado no mercado internacional.
Além disso, as negociações foram baseadas em 4 temáticas principais, sendo elas: financiamento, mitigação, adaptação climática e perdas e danos. Em relação às mitigações, os países devem elaborar um programa de trabalho em relação às suas ações de mitigação, informando como serão implementadas e o seu status atual. Dessa forma, será criada uma maior pressão para que as Partes cumpram as suas metas previstas nas NDCs.
A intenção de criação do plano de trabalho é que seja possível controlar a performance dos países em relação a implementação de suas ações e a sua redução das emissões de gases de efeito estufa. Já para a adaptação, perda e danos, as discussões buscarão ferramentas e soluções para reduzir as vulnerabilidades e efeitos da mudança do clima, considerando as especificações e necessidades de cada país.
A principal temática abordada é em relação ao cumprimento do financiamento climático. De acordo com o Acordo de Paris, os países desenvolvidos se comprometeram a doar US$ 100 bilhões por ano para os países em desenvolvimento, a partir de 2020, para dar suporte no enfrentamento das mudanças climáticas. Atualmente essa promessa não está sendo cumprida, e a questão está se tornando destaque, principalmente pela volta dos Estados Unidos no Acordo de Paris e pelos impactos e emissões de gases que os países desenvolvidos continuam realizando.
A participação do Brasil na COP-27 enfatizou a necessidade do cumprimento do financiamento climático por parte dos países em desenvolvimento, e propôs uma aliança global para combater a fome no mundo, argumentando ser indissociável a luta contra a pobreza e a luta contra o aquecimento global. Além disso, o Brasil tem a intenção de solicitar às Organizações das Nações Unidas (ONU) para a Amazônia sediar a Conferência em 2025.