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Agronegócio de maneira Sustentável

O setor da agropecuária foi o único a ter crescimento no início da pandemia segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), isso é um fator positivo diante do Produto Interno Bruto (PIB), mas como esse setor pode buscar a sustentabilidade nos processos produtivos? E qual a importância disso?
Bem, junto com o crescente aumento da demanda mundial por alimentos, vem também o aumento da conscientização mundial para as questões ambientais. Isso reforça a necessidade de estratégias, que promovam o produto do Agronegócio brasileiro. Surge então a importância de alternativas, tais como, o incentivo à produção de carne bovina “ecologicamente correta”, orgânica, ou certificada, no intuito de aumentar a confiança e credibilidade para com os consumidores.
Alguns mercados estão exigindo cada vez mais produtos diferenciados, que em sua produção e processamento tenham causado o mínimo de prejuízos ao meio ambiente, resultando na necessidade de regulamentação do mercado para a comercialização desses produtos.
A competição envolvendo o Agronegócio a nível internacional, também é um fator para mudanças nesse setor. Cada vez mais as empresas estão buscando alternativas para se adequarem a “políticas ambientalmente corretas”, algumas certificações contribuem para empresas estarem à frente, como o “Protocolo da carne sustentável”, esse está depositado na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), é fiscalizado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e auditado pelo Instituto Biodinâmico (IBD).
O Brasil conta com diversos projetos extraordinários tendo como pilar a sustentabilidade, basta saber aproveitar cita o Dr. Tejon, dentre eles estão:
- Agropecuária de baixo carbono;
- Desenvolvimento de integração lavoura-pecuária- floresta (ILPF);
- Carne carbono neutro;
- Pecuária sustentável da Amazônia;
- Liga do Araguaia;
E ainda no último dia 23 de junho, o Ministério da Agricultura lançou o Plano de Investimento para Agricultura Responsável, resultado de uma parceria com a Climate Bonds Initiative (CBI), organização internacional de certificação e promoção do financiamento de práticas sustentáveis no campo.
A Luciana (34 anos), produtora rural precisou investir em ideias verdes, como instalação de painéis solares e reuso da água para continuar atendendo os mercados da Europa, relata ela: “Estou investindo cada vez mais em tecnologia e sustentabilidade, que é uma demanda crescente do mercado e também algo em que pessoalmente acredito”.
Já o agrônomo Roberto Jank Júnior, defende que a preservação ambiental é um dos pilares na gestão da sua fazenda, o maior rebanho holandês registrado no Brasil. “A fazenda é preparada para o uso racional dos recursos naturais, o que pode ser visto nas práticas de reuso da água, manejo de dejetos e reciclagem de nutrientes. São aproveitados 100% dos dejetos, a atividade gera muitos efluentes, mas o tratamento que envolve a separação da areia e o direcionamento às represas de tratamento anaeróbico, o transforma em adubo líquido, que irriga, por meio de pivô, a pastagem que alimenta o gado. E os dejetos sólidos vão para a compostagem. Há 25 anos, a fazenda não aplica fertilizantes químicos no capim”, declara ele.
Através da busca por conhecimentos, estudos, parcerias, investimentos e marketing é possível grandes potências mundiais agregarem ao seu progresso econômico a preservação ambiental.
Thayoná Souza de Oliveira é acadêmica de Engenharia Ambiental da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).