De todas as atividades humanas a construção civil é uma das que mais gera impacto ao meio ambiente. Estima-se que de 50% a 70% dos resíduos gerados são oriundos da construção civil, esses resíduos chegam a ser duas vezes maior que o volume de resíduos sólidos urbanos, 50 % a 75% dos recursos naturais extraídos e 90% da madeira extraída são utilizadas nessa atividade, porém infelizmente no Brasil a maior parte é ilegal.

Além desses impactos tem também as emissões atmosféricas, aproximadamente 5% das emissões diretas de CO2 do planeta são gerados pela construção civil e outros 25 % indiretos, por exemplo: Para cada tonelada de cimento produzido são gerados 600 kg de CO2 e para cada tonelada de aço produzido são gerado 2500 kg de CO2 na atmosfera.

Com a intenção de reduzir e propor soluções para esses impactos ambientais e atender as necessidades dos usuários, foi então que surgiu o novo conceito de Construções Sustentáveis. O primeiro prédio sustentável brasileiro foi construído em 2004, porém o conceito começou a se fortalecer, a partir de 2007.

Pesquisas mostram que empreendimentos sustentáveis reduzem em até 30% o consumo de energia, em 50% o consumo de água, em 35% a emissão de CO2 e em até 90% o descarte de resíduos, além de garantir um ambiente interno mais saudável e produtivo.

Segundo o Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica – IDHEA, há nove passos principais para uma construção sustentável, são eles: Planejamento sustentável da obra, aproveitamento passivo dos recursos naturais, eficiência energética, gestão e economia de água, gestão dos resíduos na edificação, qualidade do ar e do ambiente interno, conforto termo-acústico, uso racional de materiais e uso de produtos e tecnologias ambientalmente corretas.

Construções Sustentáveis é uma tendência mundial, o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking, com aproximadamente 86 empreendimentos certificados e mais de 600 em análise para certificação.

Maíra Caires Aquino é Engenheira Ambiental e Especialista em Construções Sustentáveis.