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Ciclo de vida ‘CRADLE TO CRADLE’ (Berço ao Berço) e a Logística Reversa
Como as inovações nos processos produtivos podem gerar impactos positivos nas empresas e no meio ambiente
Os ciclos de vida dos produtos já vem sendo, há algum tempo, objeto de estudos para inovações de produtos e incorporação de processos produtivos mais sustentáveis.
Uma metodologia de inovação do ciclo de vida do produto, é o “Cradle to cradle”, que em português, é conhecida como “Berço ao berço (C2C)”. Neste conceito, o objetivo é fechar o ciclo de vida do produto com eliminação de resíduos e da contaminação do ar, solo, água e das pessoas, ou seja, maximizar os impactos positivos ambientais. Isto pode ocorrer de duas formas:
- Os materiais e componentes retornam para indústria, como matérias-primas;
- São decompostos na natureza com segurança sem risco ambiental.
Baseados nestes princípios, incorpora-se a ideia de que, antes de se produzir qualquer coisa, este produto é pensado para voltar ao ciclo da natureza: compostagem, ciclo industrial ou reciclagem. Não se gera lixo e sim um ciclo perpétuo de produção e reciclagem, em que não é mais necessário extrair mais tantos recursos naturais do planeta a ponto de esgotá-los, pois o material retirado uma vez pode voltar sempre para a linha de produção, ou seja, os resíduos são valorizados como nutrientes (técnicos ou biológicos).
A ideia é que os produtos sejam compostos por materiais que possam ser depositados no solo ou em pilhas de compostagem, para que sejam biodegradáveis após o uso. As embalagens representam até 50% dos resíduos sólidos urbanos e podem ser projetadas como nutrientes biológicos, já que não se faz necessário uma duração maior que o conteúdo transportado.
Agora, já pensou aliar o conceito C2C à logística reversa? Potencializar e ampliar o retorno dos resíduos para os processos produtivos, tanto para resíduos perigosos como para não perigosos, como forma de minimizar a geração de resíduos. Se tornarmos como prática, a concepção de produtos capazes de voltar ao berço – processo produtivo – e associarmos a obrigatoriedade da logística reversa ao final da vida útil do produto, torna-se promissora a eliminação de resíduos.
Além disso, estas tecnologias reduzem as emissões de carbono, o consumo de recursos primários, aumentam a produtividade do solo, auxiliam no crescimento dos negócios empresariais, trazem culturas organizacionais mais positivas, geração de valor em cada processo, insumos e produtos tendo uma sustentabilidade de curto e longo prazo.
A utilização destas estratégias contribuem para a manutenção da vida em harmonia com os fluxos de energia, ecossistemas e bem estar humano. Quando isso tornar-se o princípio das economias produtivas, o próprio consumo terá sido transformado.
LETÍCIA APARECIDA ELIAS
Engenheira Ambiental, Cursando Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho