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Estrutura básica de uma estação de transbordo de resíduos: do projeto à operação

O termo ‘estação de transbordo’ é aplicável às instalações nas quais realizam-se o translado, ou transferência intermediária, dos resíduos sólidos urbanos coletados diariamente em instituições participantes, transitando de um veículo coletor para outro, de maior capacidade, com o intuito de melhorar a eficiência no processo de transporte destas cargas em zonas de captação cujo distanciamento é consideravelmente afastado do ponto final de destinação, no caso, do aterro sanitário.

Para que a estrutura funcione adequadamente, é indicado, de acordo com o artigo 12º da Portaria IAP nº 187/2013:

  • a escolha de um local, com distanciamento seguro mínimo de 200 metros de residências isoladas e vias de domínio público, e de 400 metros de núcleos populacionais.
  • o estabelecimento de sistemas infra estruturais, contemplados por base contentora e tanque de acúmulo para a drenagem de águas pluviais e de possíveis efluentes;
  • a impermeabilização do alicerce, com geomembranas e concretagem do piso;
  • o isolamento e delimitação da área, com restrição do acesso público;
  • a sinalização adequada; e
  • a instauração de vias de acesso adequadas a circulação de veículos pesados.

Além dessas condicionantes, é essencial que estes espaços adotem todas as medidas técnicas, sanitárias e ambientais, para impedir qualquer proliferação de vetores transmissores de doença, bem como a contaminação do solo, dos corpos hídricos, subterrâneos e superficiais, e do ar, com fontes emissoras atmosféricas provenientes do processo decompositor do lixo.

Para a escolha e aplicabilidade do modelo mais conveniente, à quem for adotar essa estrutura, é necessário analisar o cenário ao qual pertence, levando em consideração o meio de transporte final a ser adotado – por rodovia, ferrovia, hidrovia; a forma de armazenagem dos materiais – utilização de fosso de acumulação; o tipo de tratamento prévio do lixo – transferência simples ou com compactação; e o sistema de redutor de volume, quando existir.

Um dos exemplos mais simples, eficazes e viáveis economicamente, é a concepção construtiva por desníveis de pavimentos, modalidade denominada de ‘transferência direta’ ou ‘simples transferência’, com aproveitamento da passagem da carga em cota mais elevada, que desfruta da ação gravitacional, para direcionar o conteúdo de seu interior para dentro de contêiners receptores, sem dependência de acondicionamento temporário dos rejeitos, de compactação ou emprego de equipamentos para içamento.

Figura 1 – Modelo da estação de transbordo de transferência direta. (Fonte Planejamento de ações do PIGIRS da região litorânea do norte alagoano elaborado pela FLORAM Engenharia e Meio Ambiente, 2017)

Figura 1 – Modelo da estação de transbordo de transferência direta. (Fonte Planejamento de ações do PIGIRS da região litorânea do norte alagoano elaborado pela FLORAM Engenharia e Meio Ambiente, 2017)

 

Cabe ressaltar que para o funcionamento dessa plataforma é necessário:

  • a previsão de uma rampa e de um platô para promoção da diferença de altura entre os equipamentos, isso inclui a adoção de medidas de segurança como o uso de meio fio;
  • um pátio de manobra com espaço conveniente às manobras, de modo a facilitar o acesso à rampa em marcha ré;
  • a instalação de piso reforçado, revestido com manta asfáltica, nos pontos das caçambas coletoras;
  • o conhecimento da quantidade de estruturas compatível com a o volume de recebimento de maior hipótese;
  • a fundação de coberturas sobre as caçambas estacionárias e o espaço de descarregamento para restringir a formação de maior grandeza do chorume, pelo contato com a água da chuva;
  • a instauração de um sistema de drenagem pluvial, interligando os pátios de carga/descarga e a rampa de acesso, construído a partir da estimativa do cálculo de vazão contribuinte;
  • a instituição de balança rodoviária eletrônica, para aferição da tara da carga, com controle de caminhões transeuntes, quando cabível;
  • um colaborador interno para o direcionamento e orientação dos caminhões e suas manobras;
  • o uso de mecanismos limítrofes auxiliadores, entre a rampa e a caçamba, para o direcionamento assertivo do descarte da carga;
  • a manutenção diária, com varrição e lavagem, ao menos duas vezes ao dia, para remoção de sujidades e prevenção no combate a criadouros de vetores patógenos;
  • a aplicação de tratamento prévio dos efluentes contaminados, do chorume e água de lavagem, para remoção de sólidos suspensos e óleos e graxas, sendo recomendável a submissão do líquido residual a tratamentos mais específicos para promoção da qualidade da água; e
  • que veículos coletores possuam dispositivos para báscula da caçamba ou carroceria para facilitar a operação da transferência, transitem revestidos de lona protetora, disponham de compartimentos de estanqueidade, não realizem o coroamento da carga, atendam aos limites de peso permitido para transitar em vias públicas, e respeite as orientações designadas pelo destinador final do aterro sanitário.

Para saber se sua área, dedicada à transferência dos resíduos, está em acordo com as especificações legais, entre em contato com a Sinergia Engenharia de Meio Ambiente. Nossa equipe dará todo o suporte necessário para que seu empreendimento se adeque às exigências ambientais.

Francielle Miranda Gallieri Mendonça
Francielle possui graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária, é mestranda em Ciências Ambientais na Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.
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