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Inventário de gases de efeito estufa para cidades
Atualmente, 2/3 da população mundial vivem nas cidades, chegando a 3,6 bilhões de pessoas. No ano de 2050, é esperado que a população das áreas urbanas sofra com um aumento de até 69%. Esse número gera grandes preocupações, uma vez que as cidades já consomem mais da metade da energia primária mundial, e como consequência, emitem grandes quantidades de gases de efeito estufa, que contribuem para o agravamento das mudanças climáticas.
Para atender as metas fixadas nas principais agendas internacionais, como o Acordo de Paris, é necessário que os centros urbanos realizem modificações em sua gestão urbana pública, de forma a incorporar um modelo de sociedade mais sustentável, realizando a transição para uma economia de baixo carbono. Esse conceito prevê uma adequação das economias locais que incentive o uso de novas tecnologias em prol da preservação do meio ambiente e da redução das emissões de GEE.
Diante desse contexto, o inventário de gases de efeito estufa (IGEE) se torna uma ferramenta importante para auxiliar as cidades a contabilizar suas emissões, identificando seus principais setores e fontes de emissão, e traçar estratégias e planos de ação para reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa. A metodologia utilizada para a elaboração do inventário é baseado no Protocolo Global para Inventários de Emissões de Gases de Efeito Estufa na Escala de Comunidade (GPC – Global Protocol for Community-Scale Greenhouse Gas Emission Inventories).
O GPC foi desenvolvido a partir de uma parceria entre o Grupo de Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI), Instituto Global de Recursos (WRI) e o Grupo C40, utilizando como base as diretrizes estabelecidas pelo IPCC. O método busca auxiliar as cidades, comunidades e regiões para o desenvolvimento de seus inventários de forma mais transparente e confiável, através de um método robusto e claro, permitindo também uma análise comparativa entre os inventários de emissões de diferentes governos, uma vez que estabelece requisitos, orientações e padrões para o cálculo e relato das emissões de gases de efeito estufa.
De acordo com a metodologia, as fontes de emissão são divididas em 6 grandes setores, sendo eles:
- Energia estacionária;
- Transporte;
- Resíduos;
- Processos industriais e uso de produtos (IPPU);
- Agricultura, silvicultura e outros usos do solo (AFOLU);
- Outras atividades que ocorrem fora dos limites geográficos da cidade.
As atividades e fontes de emissões presentes nos setores também são divididas em escopos, que são definidos através da localização da fonte e tipo de atividade, conforme detalhado a seguir:
Escopo 1: Emissões que ocorrem dentro dos limites geográficos da cidade.
Escopo 2: Emissões devido ao uso da eletricidade, vapor, aquecimento, resfriamento, que podem ocorrer dentro ou fora dos limites da cidade.
Escopo 3: Emissões que ocorrem fora dos limites geográficos da cidade.
O relato das emissões de GEE podem ser realizados em dois diferentes níveis, sendo eles, o BASIC e o BASIC+. O nível BASIC abrange o escopo 1 e escopo 2 dos setores de energia estacionária e transporte, e o escopo 1 e 3 do setor de resíduos. O nível BASIC+ abrange todos os requerimentos previstos no nível BASIC e ainda considera as emissões e remoções dos setores AFOLU e do IPPU.
Através dos resultados do IGEE, os governos locais podem criar o seu Plano de Ação Climática, determinando setores prioritários e estabelecendo estratégias de redução e mitigação das suas emissões de gases de efeito estufa. Além disso, é necessário criar metas de curto e longo-prazo, para ser possível realizar o acompanhamento e monitoramento do plano de ação.
Quer saber mais sobre a elaboração do inventário de gases de efeito estufa de cidades? Entre em contato com a nossa equipe!