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LEED, uma ferramenta estratégica para a sustentabilidade!

O que é:

O LEED é um sistema internacional de certificação, que significa Leadership in Energy and Environmental Design, ou seja, Liderança em Projetos Ambientais e de Energia. O grande objetivo da ferramenta é incentivar a transformação dos projetos e obras com foco na sustentabilidade, garantindo o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, impactos socioambientais e uso de recursos naturais.

No Brasil, a certificação LEED é concedida pelo Green Building Council – Brasil (Conselho de Construção Verde), entidade criada no ano de 2007.

Atualmente o Brasil é o 4º país com maior número de edificações certificadas. São 1.230 projetos registrados e 423 certificados, o que garante uma média de reduções para o país de 40% menos consumo de água, 30% menos consumo de energia, 35% menos CO2 emitido para a atmosfera e 65% menos resíduos gerados (LEED, 2020).

Tipos de certificação:

A certificação LEED está dividida em quatro tipos: Novas Construções – BD+ C; Design de Interiores – ID + C; Edifícios Existentes – O+M e Bairros – ND.

O processo de certificação:

O processo de certificação acontece basicamente em 5 etapas. Inicialmente existe a escolha de tipologia, em seguida faz-se necessário registrar o projeto e passar por auditoria documental. Após a etapa de obras vem a auditoria documental da construção e por fim a certificação. São documentos analisados: plantas, memoriais descritivos, relatórios fotográficos, planilhas de cálculos, mapas, relatórios de monitoramento durante o período de obras, entre outros.

Fatores de sucesso para a certificação:

Para o desenvolvimento de projetos que se destaquem pela sua eficiência e baixo impacto é um item mínimo o alinhamento entre projetistas, clientes, consultorias, construtoras, arquitetos e demais terceiros. O processo todo deve ser conduzido de forma integrada, pois um projeto bem estruturado garante mais pontos para a certificação.

Áreas abrangidas pela certificação:

  • Eficiência em Energia e Água;
  • Localização e Transporte; 
  • Terrenos Sustentáveis;
  • Eficiência Hídrica;
  • Energia e Atmosfera; 
  • Materiais e Recursos;
  • Qualidade do Ambiente Interno;
  • Inovação;
  • Prioridade Regional;

Algumas ações rumo a sustentabilidade contidas nestas áreas são:

  • Considerar em projeto a insolação, ventos, vegetação e índices de chuva;
  • Promover acesso a malha viária;
  • Edifícios bem localizados tiram proveito da infra-estrutura pública existente;
  • Projetos que incentivem a caminhada, o uso de bicicleta e o transporte público;
  • O projeto deve gerar alguma revitalização para o bairro;
  • A entrada principal do edifício deve estar localizada a 800 m da entrada principal de estabelecimentos diversos, percorridas a pé, de bancos, igrejas, farmácias, correios, academias, entre outros;
  • A principal entrada do edifício (funcional) deverá estar localizada a 400 m de pontos de ônibus, vans e/ou pontos de caronas, existentes ou planejadas, ou 800 m de estações de trem, metrô, entre outros, existentes ou a ser implantados;
  • Prever em projeto bicicletários, vagas para veículos verdes, e instalar posto de abastecimento de veículos elétricos;
  • Promover o controle da erosão do solo durante a fase de obras;
  • Promover a destinação adequada dos resíduos gerados pela obra;
  • Conservar áreas naturais existentes e recuperar áreas danificadas para fornecer habitat e promover a biodiversidade;
  • Criar espaços exteriores abertos que encorajam a interação com o meio ambiente, a interação social, a recreação passiva e atividades físicas;
  • Minimizar o volume de escoamento superficial e prever a pavimentação com materiais permeáveis;
  • Captação de água de chuva para utilização em irrigação e vasos sanitários;
  • Incluir coberturas/ telhados verdes;
  • Promover o sombreamento com painéis solares ou fotovoltaicos;
  • Minimizar o vazamento de luz do edifício e terreno;
  • Não usar fluídos refrigerantes a base de CFC;
  • Utilizar vidros de alta performance (baixo fator solar);
  • Considerar alvenarias externas com resistência térmica, iluminação e ventilação natural;
  • Incluir em projeto equipamentos de ar condicionado mais eficientes;
  • Utilizar sensores de CO2 e monitorar suas concentrações;
  • Instalar medidores para todos os sistemas de energia do edifício;
  • Prover áreas acessíveis que sirvam a todo edifício para coleta e armazenagem de resíduos, incluindo: papel misto, papelão ondulado, vidro, plásticos e metais, além de estabelecer medidas apropriadas e seguras para a coleta, armazenamento e disposição de baterias e pilhas, lâmpadas com mercúrio e lixo eletrônico;
  • Desenvolver um Plano de Gerenciamento dos Resíduos;
  • Preservar fachadas, estruturas e elementos estruturais e internos de edifícios históricos ou localizados em distritos históricos;
  • Encorajar o uso de materiais que possuem informações de sua análise do ciclo de vida e que possuam menores impactos ambientais, econômicos e sociais;
  • Instalar permanentemente 20 materiais de 5 fornecedores diferentes que tenham publicado relatório ambiental;
  • Utilizar madeira com selo FSC;
  • Utilizar materiais com conteúdos reciclados em sua composição e materiais reutilizados;
  • Comprar materiais e produtos extraídos, manufaturados e produzidos a menos de 160 km do terreno;
  • Fornecer medidor capaz de medir o fluxo de ar de exaustão;
  • Entre outros.

Créditos:

Cada área abrangida pela certificação possui pré-requisitos e créditos específicos (pontos), a saber:

  • Básica – 40 a 49 pontos;
  • Prata – 50 a 59 pontos; 
  • Ouro – 60 a 79 pontos, 
  • Platina – 80 ou mais;

Benefícios da utilização da ferramenta LEED:

  • Alinhamento de atores e projetos visando deixar um legado positivo para a sociedade;
  • Valorização do m²;
  • Redução de custos operacionais e valor de condomínios;
  • Adoção de novas tecnologias construtivas e redução do desperdício;
  • Redução de impactos ambientais;
  • Redução do uso e extração de recursos naturais;
  • Redução do consumo de água e energia;
  • Redução, tratamento e reuso dos resíduos da construção e operação;
  • Uso de materiais ecológicos e tecnologias de baixo impacto ambiental;
  • Mitigação dos efeitos das mudanças climática;
  • Melhora na segurança e priorização da saúde dos trabalhadores e ocupantes;
  • Conscientização de trabalhadores e usuários;
  • Incentivo a fornecedores com maiores responsabilidades socioambientais;
  • Aumento da satisfação e bem estar dos usuário;
  • Estímulo a políticas públicas de fomento a Construção Sustentável;

Na Cidade de Curitiba no Paraná, como exemplo de empreendimento com certificação LEED, tem-se o Barigui Business Center, que obteve o selo Platinum no qual estima uma economia de 73,15% de água potável e em relação à eficiência energética, a economia do edificio, comparada ao padrão de referência do LEED é de 34,4 %. Além disto, 11,53% dos materiais incorporados no edifício possuem conteúdo reciclado e 21,11% possuem conteúdo regional extraídos e manufaturados dentro de um raio de 800 km da obra. Outro dado importante é que 63,57% de toda madeira permanentemente instalada possui certificado Forest Stewardship Council (FSC), que garante o corte correto e o manejo florestal. Por fim, todas as tintas e adesivos utilizados possuem baixo Composto Orgânico Volátil (COV), segundo dados do GBC Brasil, 2019.

Outro Exemplo é o Eurobusiness, edifício comercial que também fica em Curitiba (PR). O empreendimento é autossuficiente em água, ou seja, trata 100% da água para seu consumo in loco, por meio de um conjunto de soluções sustentáveis, tais como, telhado verde, associado a uma estação biológica para tratamento de efluentes e um poço artesiano fornecedor de água potável. A autossuficiência em água do Eurobusiness gera uma economia superior a R$ 80 mil por ano. O edifício foi projetado para usar 45% menos água (considerando os usos regulados da água) do que o padrão de referência do LEED em 2009. Considerando também as fontes alternativas, o uso total de água potável foi reduzido em 82% segundo dados publicados na Gazeta do Povo em 2019.

Além destes, uma série de outros empreendimentos com benefícios comprovados, estão implantados em Curitiba.

Que tal deixarmos um ambiente mais saudável e sustentável para as próximas gerações, além de termos benefícios econômicos?! Neste sentido, a ferramenta LEED mostra-se muito eficiente!

Juliana de Moraes Ferreira
Juliana é Engenheira Ambiental e Diretora Financeira na Sinergia Engenharia. Ela possui graduação em Engenharia Ambiental pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) em 2010, especialização em Gestão de Energia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2011, e habilitação para atuação como Auditora Interno Integrado ISO 9001:2015, ISO 14001:2015 e OHSAS 18001:2007.
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