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Mudanças climáticas: A urgência de agir agora!

Muito se fala em mudanças climáticas, mas você tem conhecimento sobre o momento em que as preocupações a respeito desse fenômeno tiveram início? O que significa o conceito de aquecimento global? O que precisamos fazer para combatê-lo?

Joseph Fourier (1768-1830) pioneiramente explorou o conceito do efeito estufa. Por meio de seus cálculos, Fourier percebeu que, dada a quantidade de energia solar recebida pela Terra, sua temperatura deveria ser mais baixa. Ele postulou que a única explicação possível seria a presença de uma atmosfera atuando como um isolante, retendo calor por meio dos gases em sua composição. Esse insight representou um marco crucial no entendimento da dinâmica térmica do planeta.    

Svante Arrhenius (1859-1927) fez pela primeira vez a relação entre o aumento da temperatura global e a emissão de CO2 proveniente da industrialização e do extensivo uso de combustíveis fósseis. Enquanto isso, outra corrente de cientistas defendia que processos físicos naturais, como a absorção de CO2 pelos oceanos e florestas, amorteciam o aumento de temperatura. Dessa forma, surgiu a necessidade de mensurar as concentrações de CO2 no planeta a fim de obter uma conclusão sobre o assunto.

Charles David Keeling (1928–2005), pesquisador do California Institute of Technology (Caltech) e afiliado do Scripps Institution of Oceanography, instalou um equipamento preciso para medir dióxido de carbono no ar em março de 1958 em Mauna Loa, uma ilha do Havaí. A seleção desse local deveu-se à sua natureza remota, garantindo um ambiente livre de influências humanas e, por conseguinte, proporcionando a pureza do ar necessária para a coleta de amostras e análises posteriores.

Após analisar dados abrangendo vários anos, Keeling constatou um aumento anual na concentração média de dióxido de carbono (CO2). Essa tendência evidenciou a contribuição da exploração de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, impulsionada pelo processo de industrialização. Além disso, foi possível através desses registros estabelecer comparações com as concentrações encontradas em bolhas de ar aprisionadas no gelo de 800 mil anos atrás. Essa análise revelou que as concentrações de CO2 permaneceram abaixo de 280 ppm (partes por milhão) e aumentaram para 290 ppm em 1860, 295 ppm em 1900, 300 ppm em 1920, atingindo 310 ppm em 1950. Infelizmente, as concentrações continuam a crescer, alcançando atualmente o patamar de 420 ppm.

A elevação da concentração de dióxido de carbono contribui no aumento da temperatura média global e, consequentemente, altera padrões climáticos, ciclo hidrológico e regime de ventos. Os principais impactos associam-se à intensificação e ao aumento da frequência de eventos extremos, como enchentes, furacões, pandemias e secas. Segundo o relatório da Aon, multinacional britânica especializada em gerenciamento de riscos, corretagem e seguros, os prejuízos globais decorrentes de desastres naturais causados por mudanças climáticas atingiram a significativa marca de US$ 295 bilhões nos primeiros nove meses de 2023. É importante destacar que a maior parte dessas perdas está relacionada a perdas humanas. Além de impactar a sociedade, há também impactos nos ecossistemas como derretimento de geleiras e aquecimento e acidificação de oceanos, gerando a perda de biodiversidade.

De acordo com o IPCC, temos pouco tempo para manter o aquecimento global em 1,5 ºC, que é o limite estipulado pelo Acordo de Paris. Estima-se que há probabilidade de mais de 50% de que se atinja ou ultrapasse esse limiar entre 2021 e 2040. Ainda, considerando um cenário mais pessimista de emissões, o mundo pode alcançar um aumento de temperatura entre 3,3 ºC e 5,7ºC até 2100. Nos cenários estudados, concluiu-se que para manter a meta global é necessário que o pico de GEE ocorra no máximo antes de 2025, com decaimentos de 43% até 2030 e 60% até 2035 em relação às emissões de 2019.

Mas qual a solução na prática? O mundo precisa parar de utilizar combustíveis fósseis. Para respeitar o Acordo de Paris, o IPCC calcula que os usos de carvão, petróleo e gasolina precisam diminuir 95%, 60% e 45% até 2050, respectivamente, considerando a utilização de tecnologias para armazenamento e captura de carbono (CSS, sigla em inglês). 

Lamentavelmente, durante a COP 28 não vimos avanço expressivo na direção de eliminar completamente os combustíveis fósseis, muito por conta do país sede, os Emirados Árabes, serem um importante produtor de petróleo. Contudo, houve acordo para redução dos fósseis e incentivo às energias limpas. A COP 29 que ocorrerá no final de 2024 também será sediada em uma economia voltada para a petroprodução: o Azerbaijão. Nesse sentido, é esperado que não ocorram grandes evoluções em acordos na Conferência seguinte, deixando muito provavelmente uma maior discussão acerca da eliminação dos fósseis para a COP 30, em Belém, no Brasil. 

Embora esteja faltando maiores progressos nas COPs, os países signatários do Acordo de Paris precisam cumprir com as suas metas submetidas (NDCs, sigla em inglês). Para que os resultados esperados sejam alcançados, é crucial que os setores de energia, construção, indústria, transporte e agricultura adotem medidas que incluam:

  • Implementação de construções sustentáveis;
  • Promoção de energias renováveis (ex.: solar e eólica);
  • Substituição de veículos a combustão por elétricos;
  • Aumento do uso de transporte coletivo, bicicletas e caminhadas;
  • Incentivo à preservação e restauração de florestas;
  • Adoção de compostagem e destinação adequada de resíduos;
  • Redução do consumo de carne.

Os países e, consequentemente as empresas, estão enfrentando uma crescente pressão para alcançarem as metas estipuladas. Diante desse cenário, torna-se essencial que o setor econômico mapeie suas emissões por meio de inventários e, com base nesses dados, elabore planos de ação.

Através da ingee realizamos inventários de gases de efeito estufa para empresas. Ficou interessado? Vem com a gente descarbonizar o planeta! Entre em contato com a nossa equipe!

Fabiana possui graduação em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e está cursando MBA em Gestão Ambiental (UFPR).

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